TRATAMENTOS IMPORTANTES
Tratamento Ortopédico Especializado
O tratamento com médico-ortopedista, como
procedimento de uma equipe multiprofissional, é imprescindível para a
prevenção e correção de possíveis deformidades dos membros superiores e
inferiores, já que este profissional poderá interagir para que a criança
possa se tornar o mais independente possível, avaliando a necessidade
de cirurgias, aparelhos ortopédicos de correção (órteses e próteses), ou
adaptações a serem construídas em conjunto com Fisioterapeutas e
terapeutas ocupacionais.
Algumas das principais deformidades que ocorrem nas
crianças com paralisia cerebral são: os pés em eqüinismo, as luxações e
sub-luxações dos quadris, as escolioses e lordoses da coluna vertebral,
e outras deformidades decorrentes principalmente de quadros espásticos,
onde a contratura dos músculos leva alterações de tendões e ligamentos
dos membros inferiores e superiores de crianças com Paralisia Cerebral.
Todas estas deformidades podem e devem ser acompanhadas e mantidas sob
orientação contínua de um ortopedista, este cuidado pode evitar e até
adiar a necessidade de tratamentos mais invasivos ou dispendiosos. Neste
sentido uma boa orientação aos pais e familiares é parte do processo de
acompanhamento da criança, principalmente quanto às suas expectativas e
frustrações acerca das capacidades da mesma.
Há alguns avanços com
relação à marcha de paralisados cerebrais, devendo-se dar ênfase aos
recursos tecnológicos de última geração como os LABORATÓRIOS DE ANÁLISE
DE MARCHA, o que já pode ser encontrado em grandes centros urbanos de
nosso País.
Tratamento Odontológico Especializado
As crianças com qualquer tipo ou forma de paralisia
cerebral devem ser precocemente avaliadas por um odonto-pediatra ou
odontologista com especialização na área das dEficiências.
Devido a problemas decorrentes de seu quadro, como a
sialorréia (a baba incessante, por descontrole de musculatura
oro-faríngea) há uma grande incidência de cáries, doença periodontal e
má oclusão, que podem e devem ser prevenidas com um precoce atendimento a
todas as crianças com PC, principalmente com a participação ativa dos
pais ou parentes no processo de introdução de cuidados de higiene bucal e
do tipo de alimentação, associados ao tratamento ambulatorial destes
Pacientes Especiais.
Há que ressaltar os devidos cuidados na utilização
de recursos odonto-cirúrgicos com estes pacientes, e uma devida cautela e
precisa indicação no uso de anestesia geral para os quadros mais
severos de Paralisia Cerebral, havendo um consenso para um atendimento
hospitalar a estes pacientes.
Os tratamentos odontológicos, como no caso de
incontinência salivar (sialorréia), devem ser parte de um trabalho de
equipe, onde os foniatras e os fonoaudiólogos tem um papel
preponderante.
A melhor opção para as
pessoas com Paralisias Cerebrais, quanto a um tratamento odontológico, é
o desenvolvimento de um trabalho de Odontologia Preventiva, procurando-se orientar e
conscientizar as famílias da necessidade de atendimento nesta área o
mais cedo possível.
Estimulação Precoce e Cuidados Neonatológicos
Como já foi dito em nosso tópico sobre PREVENÇÃO
estas duas intervenções são necessárias e podem promover um melhor
futuro para crianças com PC.
A estimulação, também chamada de intervenção,
precoce deve ser obrigatória para os centros de Neonatologia, já que
muitos dos problemas futuros de crianças com problemas neonatais, em
especial as diagnosticadas com Paralisias Cerebrais, podem ser
prevenidos com a rápida e eficiente intervenção de um ou mais
profissionais, já no espaço de uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI)
NEONATAL, por exemplo na capacidade de deglutição ou sucção de um bebê,
prevenindo prováveis disfunções fonoarticulatórias posteriores e
facilitando o aleitamento materno, e sua função psicoemocional e
imunológica comprovadas.
Tratamento Oftalmológico Precoce
Consideramos a ‘precocidade’ da intervenção por
oftalmologista na avaliação de uma criança com Paralisia Cerebral um ato
médico que deve fazer parte dos primeiros cuidados com a criança com
este diagnóstico, se possível ainda no período Neonatal.
As crianças com PCs apresentam um grande número da
alterações oculares, pois um bom número delas tem algum grau de
hipermetropia, miopia ou astigmatismo, ou seja erros de refração, e mais
da metade delas necessitará de uma correção óptica (óculos) ou mesmo de
recursos outros, como os utilizados para a visão subnormal
(baixa-visão), caso tenham outras complicações oculares associadas (por
exemplo, fibroplasia retrolenticular).
Uma das mais freqüentes alterações oculares que
acometem as crianças com PC são os Estrabismos (desvio ocular), que
recebe o nome de discinético, pois pode variar de uma esotropia
(estrabismo convergente) até uma exotropia (estrabismo divergente),
sendo às vezes acentuados por outros distúrbios como os nistagmos
(tremor ocular).
Estas alterações podem e devem ser precocemente
atendidas e receberem atenção e cuidados oftalmológicos, pois quanto
mais cedo se intervém maior é possibilidade de correção.
Neste sentido a orientação dos familiares sobre as
posições adotadas pelas crianças em atividades da vida diária e seu
comportamento visual podem alertar e providenciar este tipo de
intervenção precoce, um exemplo é o de crianças que precisam estar muito
próximas do material escolar, dos brinquedos ou da televisão, ou mesmo
das pessoas que as rodeiam para que demonstrem estar enxergando, ou pelo
contrário as que demonstram desinteresse persistente para estas
situações, podem ser crianças com um déficit visual a ser tratado.
Segundo orientação de oftalmologistas as crianças
com PC devem ser submetidas a este tipo de exame aos 3, 5 e 7 anos de
idade, mesmo que não apresentem nenhuma alteração ocular ou diagnóstico
prévio de problemas visuais.
Intervenção Com Educação Física Especializada (Hidroterapia/Natação)
As crianças ou pessoas com Paralisia Cerebral podem
se beneficiar de atividades lúdicas, recreativas, terapêuticas ou
reabilitadoras orientadas por profissionais de Educação Física,
principalmente com a utilização de Hidroterapia e Natação, já que a
maior parte de seus déficits são de origem neuromotora, e já se
comprovaram os efeitos benéficos da ÁGUA na recuperação de funções de
nosso corpo.
Há ainda um melhoria para estas crianças no campo
da autonomia e da autoestima, já que no meio de uma piscina muitos podem
se ‘mover’ com mais facilidade do que fora dela, além da sensação de
prazer e realização que estas práticas orientadas podem proporcionar.
Estas atividades podem e devem estar interligadas
ao processo global de atendimento de uma pessoa com Paralisia Cerebral,
sendo recomendável que os profissionais de Educação Física estejam
trabalhando em equipe com Fisioterapeutas, Terapeutas Ocupacionais e
Educadores em geral.
Utilização de Órteses e Próteses
As órteses (dispositivos com a finalidade de manter
uma parte específica de nosso corpo na postura mais correta, em uma
posição de relaxamento, realinhamento ou controle de atividade) são de
grande utilidade para as crianças com paralisias cerebrais, pois podem
ajudar a prevenir ou tratar de posturas viciosas ou deformantes que
devem ser corrigidas precocemente.
As órteses de posicionamento (como por exemplo as
‘calhas’ para membros inferiores), utilizadas durante a noite, são as
mais indicadas para crianças com quadros espásticos ou mistos, mas
sempre devem ser confeccionadas em Oficinas especializadas, e obedecendo
o princípio de serem únicas, individualizadas e sob medida precisa para
cada criança em especial.
As próteses (dispositivos que facilitem ou ampliem a
capacidade de deambulação, manipulação ou atividades da vida diária)
são construídas dentro do mesmo princípio, podendo auxiliar no processo
de reabilitação de crianças com paralisias cerebrais, mas devem ser
indicadas por especialistas da área, e estarem adequadas ao tipo de
déficit apresentado pela criança.
Estes dispositivos contam atualmente com o avanço
das novas tecnologias no campo das dEficiências, podendo ser
confeccionadas com maior rapidez, qualidade e possibilidade de
resultados mais favoráveis ao seu usuário.
As órteses e próteses são sempre coadjuvantes no
processo terapêutico e não substituem a intervenção de profissionais
habilitados para o tratamento de pessoas com Paralisias Cerebrais.
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