ACESSIBILIDADES
Quando se fala de acessibilidade normalmente associa-se a cidadãos deficientes. Isto não é completamente verdade e o conceito peca por escasso, pois esta também é necessária para idosos, pessoas com volumes pesados, mães com carros de bebés ,etc.
Já pensaram que uma pessoa com um carro de bebés de gémeos tem o dobro da dificuldade para transpor os obstáculos ?
Inclusive, também se pode partir do pressuposto que todas as pessoas têm uma necessidade especial, alguma coisa que sintam dificuldade em fazer.
Mas, levando a acessibilidade para o campo dos deficientes, nunca nos podemos esquecer; ao contrário do que muita gente pensa, que estes não são uma minoria.
Mas sim 9,18% da população portuguesa. E uma minoria por pouco que seja é sempre muita gente.
E hoje em dia tudo tem a sua comparação. Por exemplo; se a comparação for feita com os partidos políticos acabo por não saber muito bem o que é uma minoria?
Contra factos não há argumentos! Dois terços dos partidos políticos da bancada da oposição na Assembleia da República tiveram menos percentagem em votações eleitorais.
Estes factos dão sempre que pensar?
E o que dizer dos partidos políticos que nem sequer tiveram votação suficiente para ter assento parlamentar ?
Ficamos outra vez a pensar... O que é uma minoria?
- Será que neste mundo de globalização há micro, médias ou grandes minorias?
Mas a realidade crua e dura é que Portugal tem a maior taxa de acidentes de trabalho ou acidentes de viação da Europa. Não chegando os constantes alertas, fiscalizações e prevenções rodoviárias.
E todos esses números de acidentes vão infelizmente ajudar a engrossar a quantidades de deficientes. Sejam eles pessoas com mobilidade condicionada de uma forma permanente ou aqueles cidadãos que ficam com mobilidade condicionada por determinado período da vida .
Todos cidadãos anteriormente referidos constituem uma faixa da população que não podemos ignorar no que à acessibilidade diz respeito.
Com esta face trágica do mundo onde vivemos temos ainda que considerar que um indivíduo com determinada deficiência pode possuir ainda outro tipo incapacidade (visão, audição, fala, locomoção e muitas outras) .
Então hà que criar infra-estruturas de acessibilidade bastante abrangentes desde telemóveis, casas, carros, comboios, televisões, vídeos, passeios, cinemas, bibliotecas, todos os edifícios e transportes públicos, cabinas telefónicas, multibanco, etc. Para todo o tipo de deficiência e sem limitações ou discriminações sociais.
Caixotes do Lixo mal colocados
Urge ter a coragem política de assumir modificar a evidência dos factos e os números que estes representam para meter mãos a obra e criar todas as infra-estruturas de acessibilidade necessárias em qualidade e quantidade.
Se evoluirmos neste campo afastamo-nos progressivamente da cauda da Europa que se diz comunitária (mais para uns países do que para outros).
Não é só na realização da Expo 98, da Capital Europeia da Cultura 2001 ou o futuro Campeonato da Europa 2004 que mostramos a nossa capacidade organizativa.
Devemo-nos deixar da mania das grandezas.
Em primeiro lugar devia-mos criar melhores condições de saúde, trabalho, educação, para termos uma boa plataforma para realizarmos todos esses eventos. Primeiro arrumamos a casa, depois convidamos os vizinhos!
Temos de dar um salto em frente e seguir o exemplo de outros países. Se em Portugal era a educação, nos EUA a paixão parece ser a acessibilidade.
Mais propriamente, no Centro de Design Universal, da Universidade Estatal da Carolina do Norte, já se tenta desenvolver o modelo de que:
"O objectivo do conceito de design universal é o de simplificar a vida a todos, fazendo com que os produtos, as comunicações e o meio edificado sejam mais utilizáveis por um número cada vez maior de pessoas, a um preço baixo e sem custos adicionais Este conceito tem por alvo pessoas de todas as idades, estaturas e capacidades."
"O design universal tem por objectivo desenvolver teoria, princípios e soluções, com vista a possibilitar que todos utilizem, até onde lhes seja possível, as mesmas soluções físicas, quer se trate de edifícios, áreas exteriores, meios de comunicação ou ainda de móveis e utensílios domésticos ".
E a ideia principal,
"O Design Universal é o design de produtos e de meios físicos a utilizar por todas as pessoas, até ao limite máximo possível, sem necessidade de se recorrer a adaptações ou a design especializado."
Agora cada pessoa tire a sua conclusão.
Mas na Europa também se tem dado passos incríveis para criar acessibilidade.
Sempre fiquei com a ideia que a Holanda era um país com referências a seguir em todos os aspectos em relação a acessibilidade.
Na Inglaterra e de acordo com "Disability Discrimination Act", a concepção da acessibilidade aos canais de T.V. vai do nível da programação da BBC até ao acesso físico das suas instalações.
Em Portugal temos unicamente a linguagem gestual no noticiário da tarde da R.T.P. 2 e algumas vezes tradução do teletexto. Melhores dias virão com a televisão digital. Esperemos!
No que diz respeito aos computadores, que é um excelente modo de uma pessoa com deficiência trabalhar, já se fez grandes progressos com os assistentes de acessibilidade no Windows.
Mas o maior problema encontra-se no rato. O projecto dos "ratos acessíveis" foi inviabilizado por não ser rentável comercialmente.
Será que ninguém se lembrou que era uma necessidade?!
Eu confesso. Não sou uma pessoa viajada, mas estou atento a tudo o que me rodeia através dos órgãos de comunicação social e rapidamente me apercebo que Portugal está bastante atrasado em rampas de acesso a passadeiras. É necessário mudar a maneira de pensar de que só acontece aos outros.
Por exemplo quem acompanha a volta a França, Itália ou Espanha em bicicleta pela televisão, facilmente repara em rampas. Inclusivamente nos locais mais recônditos.
Portanto, com os nossos políticos com tantas e constantes paixões há que perguntar
EDUCAÇÃO PARA A ACESSIBILIDADE para quando ?
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