História de Adolfo
Adolfo
É com muito prazer que aproveito a oportunidade de ditar minhas experiências com a intenção de alertar a todos, principalmente meus irmãos que no momento estão encarnados.
— Dol... Dolf... — falava com dificuldade.
Não conseguia pronunciar direito as palavras, fa¬lava pouco, errado, e era assim que respondia quando alguém indagava meu nome. E sempre, ou meus pais ou minhas irmãs, respondiam por mim. Escutava-os com alegria, achava meu nome lindo.
— O nome dele é Adolfo.
Eu tentava repetir mentalmente, mas na hora de falar atrapalhava-me e só saíam pedaços.
Era o filho mais velho, depois de mim nasceram Iana e Margareth, a Gá, que muito me amou.
Pensei muito em como descrever minha última encarnação. Achei melhor fazê-lo como a senti, e de¬pois dando algumas explicações que só entendo agora, depois de recuperado e sentindo-me sadio.
Arrastava-me pelo chão, às vezes sentia arder as palmas das mãos, pernas, mas não ligava, pois só assim ia aonde queria. E queria pouco, andar pela sala, tentar mexer no rádio. Gostava de músicas. Sabendo disso, mamãe ou Gá ligava-o para mim. Era estranho, daquela caixinha saíam vozes agradáveis. Não conseguia en¬tender como aquilo funcionava, mas gostava. É tão es¬tranho isso! Muitos não usufruem vários objetos sem saber o porquê de eles funcionarem’? Quando me interessei pelo rádio, achei que havia alguém escondido, depois que havia pessoas dentro da caixa. Mas, se possuiam vozes bonitas e me faziam alegrar, só podiam ser boas.
Às vezes, em raros momentos, me entristecia, conse¬guia ver, percebia que era diferente, mais feio, mole e que não conseguia andar e falar como os outros. “Por quê?” —indagava-me. “Por que não posso? Não consigo?” Isso passava logo. Distraía-me com alguma “coisa”*. Gostava
* Adolfo usa muito a palavra “coisa” e preferimos deixá-la e colocá-la entre aspas. Cita, a cada uma delas, certas referências, particularidades. (Nota da Médium)
de observar mamãe, era tão bonita, meiga e boa. Ela movia as pernas com facilidade, andava, eu queria tanto fazer igual! Até tentava, caía e chorava, às vezes porque doía algo ou então por não conseguir imitá-la. Não pen¬sava muito. Era estranho, as idéias vinham rápidas, e como vinham, iam.
Quando sentia fome, fazia sinal com a mão, sabia onde estavam os alimentos. Logo me traziam. Davam-me na boca. Gostava, sentia uma sensação agradável. Pre¬feria o mingau amarelo, era mais saboroso, e eu comia tudo. Ria...
Não gostava de ficar molhado e às vezes sujava e sentia cheiro desagradável. Demorei a entender que era eu quem fazia aquilo. Mamãe foi me explicando, mostrando, e consegui entender que podia pedir para fazê-lo e assim não me molhar ou sujar. Mas, infeliz¬mente, às vezes não conseguia pedir e fazia na roupa, ficando incomodado.
Logo que desencarnei essas lembranças me dei¬xavam triste. Hoje, anos depois, entendendo o porquê de tudo, vejo, narro como se fosse um filme não apenas visto, mas sentido. Sou grato ao Pai Maior pela oportu¬nidade do recomeço, da reencarnação, aos meus pais, às minhas irmãs e principalmente à doce e meiga Gá, por ter cuidado de mim com tanto carinho. Como narrarei depois, meu pai e eu estivemos juntos em outras encar¬nações. Mamãe não, nos conhecemos nesta, esse espí¬rito bondoso me acolheu com amor e dedicação. Iana e eu somos velhos conhecidos, ela me incentivou ao erro, nesta me quis bem, mas tenta aprender, luta com suas imperfeições, esteve junto a mim, porém distante. Mar¬gareth, a irmã que realmente esteve ao meu lado me aju¬dando, me quis muito, não éramos conhecidos, mas bastou esta encarnação para nos tornarmos realmente amigos, ela aprendeu a amar.
Voltemos às minhas lembranças. Gostava de brin¬quedos, de brincar, tinha preferência por uma bola ama¬rela que chamava de “bó”! Ria ao vê-la pular, queria fazer como ela, mas não dava certo, não conseguia, achava-a linda. Também gostava de sair, passear, como era agradável ver a rua, as pessoas passando, achava-as tão bonitas!
Não gostava, tinha horror a médicos, chorava ao vê-los e repelia se achava alguém parecido com um. Era, para mim, o “me”, alguém que mexiacomigo e me dava algo que doía, doía. Era injeção, eu não sabia nem falar. Eta palavra difícil para mim! Mas um dia, surpresa! Após ir ao médico, que me olhou o rosto, examinou minha visão, mamãe colocou “a coisa” no meu rosto, óculos, vi tudo melhor. Que sensação gostosa olhar mamãe, Iana e a minha Gá. Via-as bonitas e vi tudo melhor. Gostei da “coisa”, a que chamei de “pó”.
Entendia pouco, por mais que Iana e Gá tentassem me ensinar algo, não conseguia aprender.
— Você é burro!
Iana dizia sempre e eu ria. Mas, por momentos, sentia que tudo o que elas tentavam me ensinar era fácil. Por que não conseguia aprender? Fazer? Mas logo pas¬sava e ria, ria...
Tinha dores. Doía, chorava e preocupava a todos.
— Mostra, Adolfo, mostra com o dedinho onde dói! Dizia Gá ou mamãe, pegando minha mão, mos¬trando o dedo. Balançava a cabeça negando, não, meu dedinho não doía. Às vezes a dor passava por si só ou com analgésicos.
Até que um dia Iana teve dor de dente, e o dentista extraiu seu dentinho de leite e foi um estalo. Papai disse:
— Iana teve dor de dente, será que Adolfo também não tem?
— Meu Deus! — exclamou minha mãe. — Será que ele está chorando de dor de dente? Levá-lo-ei ao den¬tista, e hoje mesmo!
E o fez. Gostoso ir passear. Colocaram-me num carrinho, que não era pequeno, era grande, pois eu era gordo e pesado. Tive medo, muito medo mesmo, do consultório e do senhor risonho que me atendeu, O den¬tista era conhecido dos meus, atendia toda a família, sa¬bendo do meu medo, tentou me agradar.
— Sim, o menino tem dentes cariados e está tendo dor de dente — afirmou ele a minha mãe, após examinar minha boca.
Não foi um tratamento fácil. Não parava quieto e tinha tanto medo que tremia, apavorado. Sentia-me mal, suava, babava, e muitas vezes sujava as calças.
Todos tinham dó de mim. Meu medo não era com¬preendido. Mamãe levou-me ao dentista porque sabia da necessidade de tratar dos meus dentes. Sofria mais pelo temor do que pelo tratamento.
Até que tinha uma pequena compreensão de que aquele senhor risonho não estava me castigando e que de¬pois me sentiria aliviado sem as dores agudas na boca. Mas tinha um medo terrível.
Tinha a saúde frágil e muitas crises de bronquite. Mamãe, sabendo do meu medo, levava-me ao médico só quando estava realmente mal. Aí, teve uma idéia, chamar o médico em casa. Em meu ambiente conhecido não temia tanto, e Gá segurava minha mão com força, dizia me acalmando:
— Adolfinho, calma, não fique nervoso, irmãozinho querido, Gá está aqui, nada de mal acontecerá com você.
Entendia? Não, pelo menos não o sentido das pa¬lavras, mas sentia a sua vibração de amor. E como isso me fazia bem! Confiava na Gá.
Iana gostava de brincar comigo, era o seu bebê, sua boneca. Gostava, mas logo ela perdia a paciência e gritava comigo:
— Menino bobo!
Aí achava ruim e, às vezes, vinham as palmadas que ela me dava, que ardiam, então chorava. Mamãe e Gá me acudiam e Iana, às vezes, era castigada, não gostava de vê-la chorar, chorava mais ainda. Muitas vezes, nas suas brincadeiras, Iana tentava me pegar, certamente não conseguia, era pesado para ela, então minha irmã me arrastava pelo chão, puxando-me pelas pernas e braços. Gostava até que me doía algo, aí chorava.
Gá não, nunca me fez algo que doesse. Gostava tanto quando ela sentava no chão, colocava minha ca¬beça no seu colo, cantava para mim, passava suas mãos delicadas na minha cabeça e no meu rosto. Que bom! Como o amor é confortador! Chegava a cochilar. Como gostava de receber seus beijos, tentava também beijá-la. Para mim isso queria dizer: “Amo você, é importante para mim”. Dava um beijo estranho, tentava imitá-la, fazia careta, bico e babava. Gá ria achando bonito, e eu ria alegre, nesses momentos fui realmente feliz pelo que tinha.
Se em raros momentos sentia-me diferente, foi porque meu espírito sabia que estava preso num corpo deficiente, com o cérebro danificado por uma causa fí¬sica. Lógico, o cérebro físico adoece. E por quê? Certa¬mente tem as causas e as explicações por meio do espírito que habita nele.
Porque é difícil nós, na roda dos renascimentos, sermos totalmente isentos de erros.
Pode acontecer até um acidente que danifique o feto, o corpo físico, e o pe¬rispírito ser e continuar perfeito. Muitas vezes amigos do reencarnante podem desligá-lo da matéria defeituosa, porque, se ele tiver algo para realizar, não será possível num corpo deficiente. Há então o desencarne e ele fará nova tentativa. Ou então esse espírito aproveita a oportu¬nidade e faz da deficiência um grande aprendizado.
Tive muitas doenças, o sarampo quase me fez de¬sencarnar. A febre alta me fazia delirar. Via-me como médico e tremia de medo. Nos meus delírios, andava normalmente examinando pessoas, não gostava, pre¬feria me arrastar no chão a ser aquela pessoa, o médico. Que horror! Eram terríveis pesadelos. Foi um alívio sarar do sarampo. Mas estava sempre com as crises de bronquite, era tão ruim ter dificuldade para respirar... Não gostava de “coisas” ruins, de remédios. Até que de alguns eu gostava, de outros não e então, os cuspia. Gá falava comigo para engoli-los, mamãe também, mas os cuspia. Mamãe um dia ficou brava comigo:
— Adolfo, tome seu remédio, senão o levarei ao hospital, onde têm médicos!
“Os (hospital) não” — pensei e tomei.
Virou chantagem. Certo? Não me cabe julgá-los. Não fizeram por maldade. Desconhecendo as causas do meu pavoroso medo, não conseguiram entender a pro¬fundidade dele. Mamãe sofria junto comigo. Eram noites e noites tentando aliviar meu tormento, em que ela e papai passavam sem dormir. Remédios caros. E eram eles que me aliviavam um pouco. Papai ganhava razoa¬velmente bem, morávamos em casa própria. Mamãe não podia trabalhar fora porque eu lhe dava muito trabalho e não podia ficar sozinho. Não tinha onde me deixar.
Morávamos numa cidade pequena, e lá não tinha, na época, uma escola especializada para mim. Privaram-se de muitas “coisas” por minha causa. Desde saírem de casa, irem a festas, até viagens, e minhas irmãs de terem o que queriam. Gastavam muito comigo.
Fiz dezoito anos, meses depois tive uma forte crise, a pior de todas, e o médico foi chamado. Bondosamente ele veio em casa me examinar. Brincou comigo como sempre, tentando não me assustar.
— Oi, menino Adolfo! Vim vê-lo! Olhe que bonito!
Mostrou seu estetoscópio, balançando-o. Dessa vez, embora com medo, não reagi, isso o preocupou. Sentia-me tão fraco que o pouco de força que tinha usava toda para respirar. Sofria.
Quando recordei meu passado, vi também os prin¬cipais acontecimentos desta minha última encarnação. Como disse, foi como ver um filme, só que real. Por isso posso dizer particularidades, como o médico preo¬cupado, meus pais aflitos etc.
O médico me examinou e falou aos meus pais. Eu ouvi. Compreendi? Não as palavras, mas senti a situação:
— Adolfo está mal, seu coração está falhando. O melhor seria levá-lo para o hospital.
- “Os” não! — balbuciei, arregalando os olhos. Comecei a chorar, piorando a crise.
— Você não vai!
Papai me olhou e falou firme, segurando meus braços. Confiei e me acalmei.
— Terá chances de ele ir lá e melhorar’? — indagou mamãe, segurando-se para não chorar.
— Não sei... — falou o médico. preocupado. — Acho que Adolfo só virá a piorar. Não entendo seu medo, mas sei bem que o temor no seu estado só piorará sua situação.
O médico passou a mão carinhosamente no meu rosto. Estava quase que sentado na minha cama de grade. Estremeci. Ele se afastou. Papai aproximou-se para me acalmar, disse, segurando minha mão:
— Adolfo, meu filho, você fica em casa! Daqui você não sai!
Sorri, estava com dores e sentindo muito descon¬forto, mas sorri, papai me protegeria.
O fato é que ficaram os dois indecisos, resolveram não me levar para o hospital, mas sofreram com a inde¬cisão. Decidiram pelo que acharam que era melhor para mim, e realmente o foi. Com meu pavor, sofreria muito mais se tivesse ido. Quero deixar claro que esse é um caso específico, meu, que particularidades assim devem ser analisadas com muito critério.
— Se ele está para morrer — disse mamãe —, que o faça em casa e conosco. Teme tanto o hospital e os mé¬dicos que seria judiação levá-lo para um, sem chances de melhorar.
O médico também deu sua opinião. Talvez, se ele entendesse a pluralidade das existências, saberia ana¬lisar melhor o que ocorria comigo.
Adolfo tem muito medo de médicos, não de¬veria, certamente foram vocês a lhe passar medo. Mas agora não é hora de saber as causas. Ele tem medo, isso é real para ele. Com o coração tão frágil, acredito que com o pavor que sentirá lhe será muito prejudicial. Vamos cuidar dele em casa.
— Prometi a ele e cumpro! Adolfo não sairá daqui! — exclamou meu pai. — E o senhor se engana, não pas¬samos medo a ele. Acho que esse medo é porque ele, desde pequenino, é muito doente, talvez tenha na sua cabecinha ligado a dor a médicos e conseqüentemente a hospital, que para ele significa médicos. Ele nunca foi a um hospital, só quando nasceu.
Assim fiquei dias em casa, no leito, muito doente. Tentava sorrir para a Gá ou Iana, quando elas brincavam comigo. Sentia-me cansado, tremendamente fraco, com dores por todo o corpo e com muita dificuldade para respirar.
Não senti nem percebi a minha desencarnação. Quando dei por mim, estava num local parecidíssimo com meu quarto, mais enfeitado e com muitos brin¬quedos. Minha respiração estava quase normal, e não tinha mais dores. Senti-me aliviado.
Desencarnei e fui socorrido imediatamente, levado ao Educandário, local para crianças em uma colônia muito bonita. Todas as colônias são bonitas. Estava abri¬gado numa parte, ala especial para os que foram encar¬nados deficientes mentais. Crianças? Sim, embora com dezoito anos na matéria, era uma criança, sentia-me uma. Quarto parecido com o meu? Sim, isso acontece muito no plano espiritual, para que não estranhemos muito. Mais enfeitado e com muitos brinquedos? No Educandário há alegria, tudo é feito para alegrar seus abrigados e nor¬malmente crianças gostam de locais alegres, enfeitados e de muito carinho.
Minha família sentiu meu desenlace. Mas com¬preenderam que foi melhor para mim.
Eram católicos, iam à igreja, só que não me levavam. As vezes, Gá ou Iana tentavam me ensinar a rezar. Agora, ali no leito, lembrei-me com mais facilidade dos dizeres delas:
“Menino Jesus de Belém, eu lhe quero muito bem!”
Ri contente. É fato que eles rezavam muito por mim, imaginando-me no céu. Isso é importante, quando nos imaginam bem, nos mandam pensamentos otimistas, que nos ajudam muito. Os meus familiares, que amo muito, imaginaram-me num lugar bom, sadio, sem dores, alegre e feliz. Era tão forte nossa relação que quis sentir o que eles imaginavam. A vontade é quase tudo e no meu caso significava muito. Não tive dó de mim e isso me auxiliou.
A vida deles depois do meu desencarne mudou e para melhor. Após um período de descanso, mamãe ar¬rumou um emprego, as finanças melhoraram, as meninas puderam ter roupas novas e estudar em escolas melhores. Puderam passear e até viajar. Mas vivi sempre nas suas lembranças de forma carinhosa, e Gá, adulta, fundou na nossa cidade uma escola especializada para deficientes mentais e sempre menciona com ternura fatos referentes a mim: “Meu irmãozinho Adolfo...”
Fui, sou tremendamente grato a eles.
Bem, acordei no Educandário, num quarto que achei lindo, examinei tudo olhando cada canto. Estranhei e comecei a chorar. Logo um senhor e uma moça se aproximaram do meu leito, O homem disse sorrindo carinhosamente:
“Adolfo, que se passa com você? Que sente? Quer tomar água? Quer passear? Ouvir música?”
Queria tudo aquilo, o senhor adivinhou do que eu gostava (sabia). Mas queria mamãe e Gá.
“Ah!”, disse a moça me abraçando. “Vamos pas¬sear, colocarei você no carrinho e o levarei ao parque para ver outras crianças. Vou ensiná-lo a andar. Quer? Claro que quer!”
“Pó!”, exclamei.
“Ah!”, respondeu a moça. “Seus óculos! Não pre¬cisa mais deles. Você não está me vendo? Vamos aprender a dizer certo. Óculos!”
Gostei deles, tanto do senhor como da moça. Passei a mão no meu rosto, de fato não estava com eles e enxer¬gava bem. Era agradável, estava tanto ouvindo como en¬xergando perfeitamente. Ri alto e tentei repetir.
“Ulos!”
“Melhorou! Vamos passear! Vou trazer para você um rádio de presente. Sou a tia Estefânia e este é o tio Walker. Amamos você!”
Os dois novos amigos colocaram-me num carrinho bem mais bonito que o meu e me levaram para passear. Amei tudo o que vi. Chamei com a mão um passarinho e ele veio cantando para o meu dedo. Ria, ria...
As atividades eram muitas, aulas para aprender a andar, falar e, surpresa: aprendi com mais facilidade, como sarei, meus dentes tornaram-se perfeitos assim como a visão e a audição, não tive mais dores. Senti saudades de casa, dos meus pais, das minhas irmãs, mas fui também compreendendo que tinha ido morar em outro lugar.
Tempos depois, dois anos, estava normal, a fazer pequenas tarefas, como distrair os recém-chegados. Agora falava corretamente. Entendi que meu corpo deficiente morreu, que desencarnei, e achei tudo normal como real¬mente é. Não existe desencarnação igual, nada no plano espiritual é regra geral. Mesmo desencarnado sentia-me deficiente, porque meu corpo perispiritual estava doente antes de reencarnar. Necessitei recuperá-lo na matéria física e nesses dois anos no plano espiritual.
Mas... Como há “mas” em nossas vidas até que apren¬damos a conviver harmoniosamente! Continuava com medo de médicos, agora não tinha pavor, mas não gostava nem de vê-los, necessitava resolver esse problema.
Dona Marga me atendeu para uma consulta. Essa senhora é psicóloga.
“Ah!”, disse ela carinhosamente. “Vamos ajudá-lo a compreender o que se passa com você. Esse medo o incomoda?”
“Sim, senhora”, respondi, “incomoda. É chato, aqui há muitos profissionais da medicina que tanto bem fazem e mesmo assim os temo. Depois, não quero reencarnar com esse medo, que provavelmente continuará depois de encarnado. Dona Marga, tenho também certas lem¬branças, me vejo em outro corpo, bonito, jovem, a exa¬minar outros e...”
“Adolfo, você não aprendeu que nascemos muitas vezes em corpos diferentes? Você já reencarnou di¬versas vezes.”
“Sei! Mas não gostaria de ter sido esse homem falei triste.
Foi um tratamento longo, que parei muitas vezes porque me recusava a recordar. Nada me foi imposto. Mas as lembranças vinham espontâneas e eu não as queria. Dona Marga me explicou que fixei muito na minha mente espiritual esses fatos que recordava, isso antes de reencarnar como Adolfo, e que essas lem¬branças eram minhas, parte do meu passado e que tinha de enfrentá-las. Até que resolvi de vez solucionar esse problema que me incomodava. Já fazia cinco anos que desencarnara, continuava no Educandário, fiz lá todos os cursos que aquele local abençoado oferece e trabalhei muito. Cuidava dos recém-desencarnados, os recém-chegados da Terra, com todo carinho, sabia que fazia meu trabalho bem feito e era elogiado, estava feliz, mas sentia que tinha algo para fazer, tinha de resolver esse meu problema e deixei numa sessão com dona Marga as lembranças virem e as enfrentei. Como não aceitar nosso passado? É nosso! Nossos atos nos pertencem.
Na minha penúltima encarnação nasci no seio de uma família de posses e de muito orgulho. Cresci achando que era um ser superior em raça e inteligência. Quis estudar, gostava de aprender e cursei as melhores escolas de meu país. Tornei-me médico ainda jovem. A vida me sorria, era rico, bonito e casei com uma jovem do meu meio social. Minha esposa foi Iana, minha irmã nesta última encarnação. Tudo parecia bem até que a guerra veio modificar nossas vidas.
Meu pai conseguiu por um tempo impedir que eu fosse para a frente dos campos de batalhas. Mas a pátria necessitava de mim e parti. Minha esposa, ambiciosa, aconselhou-me a aproveitar a situação para me sobres¬sair como médico. Ela sempre me motivou só para a ambição, para que ficássemos cada vez mais ricos.
Fui para a guerra, para um local onde estava ha¬vendo encontros de grupos rivais. Humanos batalhando, matando outros seres iguais. Como é triste a guerra! Lá encontrei dois outros médicos e nos tornamos amigos, doutor Frank, já mais idoso, e doutor Ralf, tão jovem quanto eu. Trabalhamos juntos. A guerra é terrível, ali foi que vi o tanto que nossos conhecimentos estavam à prova.
Paro um pouco de ditar, enxugo as lágrimas. São recordações dolorosas. Mas se são minhas, assim como meus atos, não devem ser motivo de tristeza. Tristeza não paga dívidas. Minhas lembranças só devem me motivar a servir o Bem.
Tínhamos muito trabalho, às vezes faltavam medi¬camentos e os alimentos eram escassos.
Onde estávamos se tornou, logo após minha che¬gada, um local de muitas batalhas. Não só tínhamos de cuidar dos nossos compatriotas como dos inimigos, que pareciam estar levando a melhor. Então nós três resol¬vemos eliminar os feridos inimigos e de modo cruel.
Fizemos muitas maldades, poderia narrá-las, mas para quê? Acho mórbido e creio que o leitor entenderá que muito fiz para ter tido grande remorso.
Desencarnamos nós três e muitos outros num ataque de surpresa. Fisicamente não senti muito, meu corpo morreu rápido e acordei em espírito vagando num sofri¬mento atroz. Sentia-me despedaçado sem nada que me acalmasse as dores.
“O senhor morreu!”, falou um sujeito estranho. Um desencarnado inimigo.
“Senhor? Por que o chama de senhor? É senhor de que ou de quem?”, disse um outro maldosamente.
“É mesmo!” falou rindo o que primeiro me dirigiu a palavra. “Você! Você morreu!”
Esses desencarnados que eu julgava serem os ini¬migos nos odiavam tanto quanto nós a eles, inverteram os papéis, passei a ser paciente deles. Vingaram-se. Re¬voltei-me. Por que morri? Jovem, bonito, rico e aquela maldita guerra a separar-me dos meus, levando-me para a frente dos campos de batalha. Foi a guerra a culpada de ter feito o que fiz. E ainda morrer e continuar vivo. Sofri muito.
Creio que é mais triste e deprimente ver desencar¬nados num campo de batalha do que encarnados. Há ódio, muito rancor e sofrimento. Muitos são socorridos ao desencarnarem, podem ser socorridos, mas a maioria não. Continuam lutando sem o corpo físico. Socorristas bondosos trabalham ininterruptamente tentando ajudar a todos. Mas muitos recusam ajuda porque querem se vingar, ou porque estão revoltados, mas ali estavam profundamente perturbados, preferindo continuar guer¬reando. Não quis o auxílio oferecido.
Sofri por anos, ora no umbral, ora ali onde fiz as minhas maldades, que com o término da guerra passou a ser uma bonita campina e campos cultivados. Mas para mim continuava a guerra, só via as cenas atrozes que presenciei. Entendi que não tinha por que me revoltar, era culpado. Tive profundo remorso.
O grupo foi rareando. Cada um dos ex-combatentes foi tomando rumo. Ficamos alguns e nos unimos para não ficarmos sozinhos. Já não havia mais vingança nem inimigos, todos sofriam. Estava muito perturbado, as cenas dos meus erros não me deixavam nem por instantes. Via-me a examinar as minhas vítimas... Mesmo confuso, sofrendo, tinha consciência de que era justo meu sofrimento e que era bem merecido, não queria o perdão deles, nem me perdoar.
Um dia meus pais, que há tempo estavam desencar¬nados, vieram atrás de mim. Abraçaram-me comovidos.
“Oh! Meu filho, o que a guerra fez com você!”, disse meu pai.
Não foi a guerra que me fez mal. Com ela tive a oportunidade, uma grande chance de ter sido útil a todos. Deus não separa, não faz diferença entre seus filhos. Como pude eu fazer? Tive o ensejo de fazer o bem e preferi fazer o mal. A guerra só me deu a escolha. E infelizmente errei.
Não reconheci meus pais, porém senti a demons¬tração de carinho, chorei e me refugiei nos braços deles. Levaram-me para um socorro, recusei tremendamente a melhora, o remorso destrutivo lesou meu perispírito como também a perseguição que tive dos que não me perdoaram.
Os orientadores que cuidavam de mim disseram aos meus pais que eu melhoraria muito na matéria, num outro corpo, com a bênção do esquecimento. Mas minha lesão me acompanharia, seria um deficiente mental.
Os dois, meus pais, planejaram reencarnar, se unir e me aceitar como filho. Compreenderam que me criaram no orgulho, no preconceito, como se fosse uma raça superior, e que contribuíram para os meus erros. Reen¬carnaram e fiquei internado esperando minha volta à carne. Melhorei muito pouco, porque só me fixei nos meus erros, não conseguindo ver mais nada. Sofria, embora bem menos do que no tempo em que vagava. Era tratado com carinho, estava internado num hospital de uma colônia em uma ala especial.
Só que minha ex-mãe na carne não me aceitou, não quis nem casar com meu pai. Ele até que insistiu. Certa¬mente em outros corpos os dois não lembraram do pro¬metido, mas sentiram a necessidade de se unir, de realizar os planos que traçaram. Isso acontece muito, quando encarnados temos vontade de fazer alguma coisa sem en¬tender bem o porquê. Mas por favor não generalizem, tudo deve ser analisado bem, os prós e os contras, e de¬vemos fazer o que nos convém, o que é melhor a nós, ao nosso espírito. Não se faz planos de fazer o mal. E, como minha ex-mãe, podemos fazer bons planos e no corpo não querer assumi-los. Isso acontece muito. Temos o nosso livre-arbítrio, que é respeitado. Mas quem pode fazer e não faz continua com o débito, e este gera sofrimentos.
Então meu pai casou com outra, a bondosa mãe¬zinha que me aceitou e tanto me amou.
Minha aparência atual? Bem, não quis mudar. Tenho a aparência dos que têm a Síndrome de Down, sou gor¬dinho, só que perfeitamente sadio. Poderia mudar minha aparência, mas não quero. Aprendi uma grande lição nessa última encarnação, assim como estou, O importante para mim é ser útil. Certamente não recordei só os meus erros, mas também os conhecimentos. Fui um médico de muitos conhecimentos, estudei para tê-los, são meus e agora os uso para o bem. Pedi e obtive permissão para trabalhar na ala do Educandário em que fui abrigado. quando de¬sencarnei. Lá sou o tio Adolfo, o tio brincalhão que ame¬niza as dores da saudade e os reflexos das doenças.
Mas, novamente o mas. Quis saber dos outros dois que erraram comigo, doutor Ralf e doutor Frank. Com permissão, fui vê-los, os dois estão encarnados, acompanhou-me o instrutor Flávio:
“Aqui está seu amigo, doutor Frank, que agora reveste outro corpo e tem outro nome”, disse Flávio.
“Doutor Frank?”, exclamei, espantado.
Surpresa! Encontrei-o num acampamento da Cruz Vermelha. É jovem, médico e dedicado. Com muito ca¬rinho examinava uma criança negra e enferma. Ele a pegou no colo, sorriu e recebeu em troca um sorrisinho dela. A enfermeira comentou:
— Doutor, o senhor não tem medo de se contagiar? Não sabemos o que ela tem.
— Não — respondeu ele. — Não sei ainda o que ela tem, mas sei o que lhe falta: carinho! Seu tratamento está sendo doloroso, não quero que ela tenha medo de mim.
Fez careta, a criança sorriu timidamente, ele abriu a boca e mostrou a língua. Falavam idiomas diferentes, porém a criança entendeu e fez o mesmo, ele a examinou.
— Doutor — disse a enfermeira —‘ o senhor é tão jovem e bonito, não entendo o porquê de estar enfiado aqui nesse lugar.
Meu amigo riu, olhou por um instante para ela e respondeu:
— Minha cara, o que você faz aqui?
— Eu já não sou tão jovem assim. Depois, perdi meu marido e filho num acidente de carro. Amenizo minha dor ajudando a sanar dores alheias.
— O que é digno de admiração! Pois comigo nada aconteceu. Sempre quis clinicar, sanar dores, cuidar de vítimas de guerras. Como é triste pensar que na Terra não há paz! Sempre existem disputas, brigas, mortes e feridos. Pode acreditar, minha amiga, que sou feliz aqui. Parece que planejei isso antes de reencarnar e pela bon¬dade de Deus realizo meu trabalho.
— Ah, o senhor de novo com as idéias orientais! —exclamou a enfermeira rindo.
— Olhe bem para esta criança! — falou o antigo doutor Frank. — Oito anos! Parece ter três ou quatro anos. Órfã, desnutrida e sofre tanto. Que Deus justo é esse que a fez assim? Não, minha cara, prefiro ter em Deus um pai justíssimo e amante de Seus filhos, todos, sem exceção. Esta criança é um espírito que renasce na nossa querida Terra. Penso, creio com certeza, que eu estou tendo uma grande, grandíssima oportunidade de estar reencarnado e aqui estar tentando ser útil. E, pode apostar, vou aproveitá-la.
Sorriu, abraçou a criança. Continuou feliz o seu trabalho.
Aproximei-me dele, emocionado, e disse com fir¬meza:
“Deus lhe abençoe!”
Ele sentiu-se abençoado, vibrações de carinho, de incentivos, benévolas, caíram sobre ele. Desejei isso ardentemente.
“Que você, meu amigo, consiga fazer o que almeja!”
Saímos do acampamento, meu instrutor falou:
“Conseguirá! Ele conseguirá! Há cinco anos tra¬balha com afinco e amor. Ganha pouco e esse pouco é repartido com seus pacientes. Aqui também faltam muitas coisas, medicamentos e até alimentos.”
“Não sei o que dizer”, falei emocionado. “Encontrar doutor Frank aqui foi uma grande surpresa.
“Cada um reage aos erros de forma diferente. Ele enfrentou os dele sabiamente. Desencarnou, sofreu, ar¬rependeu-se, mas não deixou o remorso ser destrutivo. Fixou por meta que: muito errou, muito tinha de amar. Quis reparar seus erros e aí está, reparando-os...
“Eu”, falei, “deixei que o remorso fosse mais forte. Sofri e continuei a fazer sofrer, porque meus familiares padeceram comigo. Só vi o sofrimento como solução.”
“Adolfo, como disse, as reações são diferentes para as mesmas ações, como também diferem em cada um. Que doutor Frank seja um exemplo!”
“Se Frank reencarnado tivesse se recusado a fazer o que planejou, o que aconteceria com ele?”, indaguei.
“A todos nós é dada a oportunidade de reparação pelo amor, trabalho útil, recusada a oportunidade, aí...”
“A dor vem lembrar a responsabilidade”, falei.
“Nem sempre é de imediato. Adolfo, vamos vi¬sitar o outro, o antigo doutor Ralf, e entenderá melhor.”
Encontramos meu antigo companheiro andando apressado pela rua, ia para o trabalho. Inquieto, insatis¬feito, estava nervoso. Necessitava do emprego para so¬breviver, mas não gostava do que fazia. Aliás, pensava angustiado, não gostava de fazer nada, não conseguia manter o entusiasmo por algo por mais que alguns meses. Sentia-se perseguido, achava que todos estavam contra ele e não ele contra todos. Tinha inveja, ciúmes e qualquer coisa o aborrecia. Achava sua vida medíocre como também que merecia coisas melhores.
Olhamos para ele, examinando-o.
“Observe, Adolfo”, disse meu instrutor, “que seu antigo companheiro está envolto por energias ne¬gativas que ele próprio cria ao desejar mal às pessoas. Quando nos iramos, desejando mal a alguém, criamos uma energia maligna e a projetamos, porém metade fica com quem cria, e se a outra pessoa para a qual enviamos essa energia negativa estiver com uma boa vibração, ela não a receberá e essa energia volta em dobro à fonte de origem.”
“Mas ele não sofre nem repara os erros do passado”, falei encabulado.
“Quando fazemos inimigos e estes não nos per¬doam, podem cobrar de muitos modos, levando-nos a sofrer quase de imediato pelos nossos erros. Isso não acon¬teceu com nenhum de vocês três. Ninguém os cobrou ou os perseguiu reencarnados. Mas, se não há outros a nos cobrar, nossa consciência o fará um dia. Vocês três agiram erradamente. Você sentiu-se tão culpado que só o sofrimento foi visto como solução. Frank sabiamente quis corrigir os erros construindo onde no passado houve abusos. Ralf ainda não despertou nem para um, nem para o outro. Sofreu no umbral, foi socorrido e quis reen¬carnar. Arrependeu-se, mas não teve remorso destrutivo nem despertou para uma reparação. Você se engana, não precisa ter deficiência para sofrer. Ele é uma pessoa in¬feliz por não aceitar o que a vida lhe oferece, o que ele é no momento, seu espírito queria continuar tendo a im¬portância que julgava ter no passado. Embora tenha o corpo sem deficiências físicas ou mentais, ele não é sadio. Sua insatisfação lhe traz muitas doenças.”
“Ele ainda vai reparar seus erros? Vai sofrer por eles?”, indaguei ao meu instrutor, preocupado.
“Creio que um dia irá se harmonizar com as Leis Divinas e, para quem não o faz por amor, normalmente a dor virá. E se você, Adolfo, soubesse ver como eu, veria que dentro de algum tempo um câncer irá se mani¬festar no corpo dele.”
Cheguei junto dele e o abençoei:
“Que Deus o abençoe!”
Mas, nova surpresa, ele repeliu completamente os fluídos que carinhosamente lhe doei.
“Vou orar muito por ele!”, exclamei.
“Vamos, Adolfo”, disse Flávio.
”Vamos para a colônia. Espero que tenha aprendido com essas visitas.”
“Ralf com as doenças resgatará?”, indaguei.
“Irá depender de como ele aceitará o sofrimento”, respondeu meu instrutor.
“Irá, com certeza, sofrer com sua doença, mas, como eu, não fez nada de bom para reparar. Vendo Frank, sinto que tenho muito o que fazer.”
“Você fará! Se quiser fará!”, motivou-me o instrutor.
Sim, queria e quero! Após essas visitas, passei a ser mais dedicado, alegre e com propósito de ser cada vez mais útil.
Planos para o futuro? Claro que tenho. Não quero ser médico, pelo menos não na próxima encarnação. Planejo trabalhar com pessoas, talvez um farmacêutico, um psicólogo ou um enfermeiro. Mas quero me preparar, estudar e ser um encarnado útil, um trabalhador honesto e ser religioso, porque acho que uma religião bem se¬guida é uma orientação segura, e se tudo der certo serei neto de Gá, e aí terei o Espiritismo como seta na minha caminhada. Que Jesus nos abençoe!
Explicações de Antônio Carlos *
Adolfo, quando escreveu sua história, es¬tava bem, recuperado e já sendo útil. Todos os re¬latos contidos neste livro foram feitos com os autores já refeitos. Muitas das lembranças de Adolfo vieram em sua mente com a ajuda da orientadora Marga. Isso para que ele compreendesse melhor
Muitos dos que foram deficientes mentais, se não há motivos, não recordam o passado. No caso de Adolfo, o medo de médicos o incomodava.
* Antônio Carlos é desencarnado, companheiro de trabalho da médium e organizador deste livro. (N.M.)
O amor verdadeiro nos sustenta em qualquer situação.
Como vimos, Adolfo se sentia feliz quando em demonstrações de carinho sincero, sentia-se amado. Por que não fazer feliz o nosso próximo, e ainda mais se este próximo é um dos nossos fa¬miliares? Todos que se sentem amados são mais seguros, tranquilos. Amando, sendo amados. Amando faremos com que os outros aprendam também a amar com nossa atitude afetuosa.
Adolfo teria se desenvolvido mais, teria aprendido a andar, a falar, se lhe tivessem ensina¬do. O aprendizado é recuperação.
O grande exemplo nesta narrativa é a atitude do doutor Frank. Consciente de seus erros, quis repa¬rá-los, e que grande oportunidade teve ele: “a reencarnação!” Oportunidade que todos nós temos. Mas coube a ele trabalhar, não deixar para depois, para amanhã; ele faz.
Realmente muitos planos são esquecidos na ilusão da matéria. Cabe ao leitor pensar, analisar e fazer algo, multiplicar o ta¬lento que recebeu de Deus e não fazer como o servo preguiçoso que desencarnou como encarnou, nada fez de útil a si mesmo nem ao próximo. E você, meu amigo, não estará deixando passar esse grande en¬sejo em vão? E oportunidade de aprender, fazer o bem, todos temos. Basta aproveitar!
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