O autismo é uma desordem do desenvolvimento do funcionamento cerebral relativamente freqüente, acometendo de dois a cinco indivíduos em dez mil. O quadro clínico é marcado por um comprometimento grave de interação social e da linguagem verbal e não verbal, além de um estreitamento do espectro de interesses e atividades, iniciando antes dos três anos de vida.
O retardo mental, embora freqüente, não é um aspecto obrigatório, havendo indivíduos que revelam capacidade prodigiosa para funções como memorização, cálculos e música, a despeito de conservarem suas características autísticas.
Alguns casos de autismo são conseqüências de infecções no período intra-uterino ou neonatal, de doenças genéticas ou malformações. A maioria, no entanto, tem causa desconhecida.
No passado, os aspectos emocionais foram supervalorizados, sendo as mães destas crianças injustamente acusadas de não fornecer o substrato afetivo necessário para o desenvolvimento da personalidade dos filhos. Com a continuidade dos estudos, no entanto, o autismo passou a ser compreendido como uma doença biológica com causa provavelmente genética.
"Sejam quais forem os mecanismos materiais envolvidos na gênese do autismo, indubitavelmente, sua causa inicial está nas experiências pregressas e nas necessidades cármicas do espírito reencarnante”, afirma o Dr. Jano Alves de Souza – médico neurologista –ao prefaciar o livro de Herminio C. Miranda, Autismo. uma Leitura Espiritual.
Em média, o diagnóstico é feito na infância, entre os dois e três anos, quando os pais começam a perceber uma certa dificuldade da criança em comunicar-se. Existem também outros sintomas, que são: agressividade, gritos, choros sem motivos, olhar distante.
Os autistas não encaram as pessoas nos olhos, não respondem quando são chamados, não conseguem fazer distinções de situações em que possa haver um perigo imediato. Muitos repetem o que acabaram de ouvir dos pais ou professores, mas não compreendem nem o fato nem o que foi dito, eles demonstram inexpressividade.
“É como se tivéssemos um leque nas mãos com uma diversidade de situações: em uma ponta estariam as pessoas consideradas portadoras de autismo grave – que apresentam dificuldades de fala, deficiência no aprendizado e na interação com o meio – até a outra ponta do leque, com os portadores da Síndrome de Asperger – que apresentam dificuldades no contato social, e, por meio de tratamento, conseguem levar uma vida normal”.
Os cientistas geneticistas, secundados pelos neurologistas e psicólogos materialistas, elaboraram a teoria de que os genes são os responsáveis pelo temperamento e outras características da personalidade. Steven Pinker, professor de psicologia da Universidade de Harvard e considerado pelos norte-americanos um dos mais respeitados nomes da ciência cognitiva escreveu o livro Tabula Rasa para, entre outras coisas, combater diretamente a idéia de uma alma imaterial, dotada de livre arbítrio, responsáveis pelas ações do indivíduo. Seu principal argumento é o que ele chama de primeira lei genética comportamental que determinaria “que todas as características de comportamento humano são hereditárias”.
Um estudo realizado pelo cientista sueco Christopher Gillbert – que estuda o autismo há mais de vinte anos – atesta que o transtorno estaria diretamente ligado a fatores genéticos. Trata-se de um distúrbio de desenvolvimento que pode ser causado por uma série de outras doenças e determinado por alterações genéticas em vários cromossomos.
Alguns casos são atribuídos a drogas teratogênicas (medicamentos como a talidomida) consumidas pela mulher grávida, ou ao excesso de bebida alcoólica na gestação. Metais pesados como chumbo, mercúrio e outros materiais também parecem danificar o cérebro e levar ao autismo. E se um dos pais carrega dois genes envolvidos numa maior suscetibilidade ao distúrbio e o outro cônjuge carrega outros três, o autismo pode ser fruto da combinação infeliz desses genes, afirma Gillberg em uma entrevista concedida à revista Época, edição 332 de setembro de 2004.
O autismo é investigado em várias partes do mundo. A Dra. Helem Wambach, Phd em psicologia em seu livro Life Before Life, editado na década de 70, afirma que: o autismo poderia ser a resultante de uma atitude de rejeição à reencarnação, ou seja à vida.
Em entrevista à revista Universo Espírita, Hermínio C. Miranda assim se pronuncia sobre as causas do autismo: “São de conteúdo espiritual. Essa visão, contudo, pressupõe mais do que isso, exige não simplesmente a crença na realidade espiritual, mas na aceitação de leis naturais que lhes dizem respeito. Isso porque preexistência e sobrevivência do ser à morte corporal, reencarnação, causa e efeito não constituem objetos de fé e, muito menos crendice. Tanto faz se agente crê como não, é assim que funcionam os dispositivos psíquicos da vida”.
Como se pode explicar o autismo sob a ótica espírita?
“Ainda não temos explicações e respostas para tudo. É certo, porém, que para se entender fenômenos de natureza psíquica temos de admitir o fato de que não somos corpos físicos e nem mecanismos cibernéticos produzidos por um jogo cego de acasos, e sim espíritos imortais acoplados a uma complexa e perecível instrumentação biológica. Esse conceito fundamental continua faltando na estratégia de abordagem não apenas na problemática do autismo, mas na vida em geral”.
É possível o contato com o espírito de um autista por meio do magnetismo animal e regressão de memória?
“Não tenho a formação acadêmica nem o treinamento correspondente como profissional da saúde mental para essa experimentação. Há, como alternativa ainda a explorar e que lembro em meu livro sobre autismo, uma pesquisa dessa natureza com mães e pais de autistas”.
Pode-se afirmar que o autismo é um problema espiritual?
"De minha parte não tenho a menor dúvida disso. Somos espíritos. Não vi, no decorrer dos anos de estudo que dediquei ao assunto, qualquer vislumbre de um conceito consistente de espiritualidade. Ao contrário. Experimentei com freqüência a sensação de frustração ao identificar fenômenos psíquicos evidentes que passam despercebidos ou são formalmente ignorados”.
Hermíno conta um caso de um menino mexicano chamado Tito Soto que tem vidências mediúnicas caracterizadas pelo médico que o assiste como “caras”, ou seja, entidades desencar-nadas que o cercam e com as quais ninguém sabe o que fazer.
Seriam entidades obsessoras? Porque eles não tentaram investigar? Porque estão ali? O senhor teve alguma surpresa ao investigar o tema?
"Não diria que foi uma surpresa, apenas um certo e previsível desencanto ao perceber que a realidade espiritual continua dolorosamente ignorada num contexto que é da própria essência do fenômeno examinado”.
Segundo o espiritismo e o magnetismo animal, os sintomas das doenças demonstram que há um desequilíbrio no indivíduo, mas para se obter a cura é preciso identificar a verdadeira causa. De acordo com a doutrina espírita, a causa das doenças (físicas e psicológicas) pode ter mais de uma origem: são desequilíbrios do corpo, do fluído vital, do perispírito ou da alma.
Usando o perispírito e outros conceitos descobertos pela ciência espírita, Allan Kardec esclareceu que o controle sobre as emoções está nas condições morais do espírito que habita o corpo.
Extraido do jornal espírita “Clara Palavra” - Informativo da Casa de Francisco de Assis
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